FILO ARTHROPODA                        

 

Características gerais:


  • Eumetazoários;                                           

  • Celomados;

  • Triblásticos;

  • Metameria - tagmentização;

  • Filo com maior número de espécies;

  • Circulação aberta;

  • Patas articuladas;

  • Exoesqueleto de quitina em virtude de:

             - Proteção;

             - Impermeabilização;

  • Crescimento por muda ou ecdise - hormônio ecdisoma.

 

                 

                                            Anatomia e Fisiologia

                                                            dos 

                                                     Artrópodes 

                                      

                                        

 

I- Crescimento




II - Exoesqueleto

        Os artrópodes possuem um exoesqueleto formado por quitina, que cobre o corpo todo. A cutícula é dividida em placas separadas, permitindo a movimentação do animal. Os esqueletos cuticulares, tanto do corpo como dos apêndices encontram-se unidos entre si por membranas articulares, formando uma articulação em cada união, daí o nome artrópodes, que significa pés articulados.

      O esqueleto é secretado pela hipoderme, que é a camada tegumentar subjacente. Nos crustáceos ocorre uma deposição do carbonato de cálcio e fosfato de cálcio na formação do exoesqueleto. Normalmente a cutícula é dotada de poros (canais) por onde passam secreções glandulares.

       O exoesqueleto apresenta um problema para o crescimento do animal, e a solução disto é ele se livrar deste exoesqueleto para que possa crescer. Este processo é chamado de muda ou ecdise. O animal se desprende do esqueleto antigo e passa a secretar um novo, enquanto cresce, e para de crescer quando a cutícula endurece.

       O tempo entre as mudas é chamado de instars. Quanto mais velho o animal, maior é a duração deste processo. As aranhas e os insetos têm um número quase definido de instars, geralmente tendo o último com a maturidade sexual. Já os caranguejos têm mudas por toda a vida. A muda é controlada por um hormônio chamado ecdisona.







III - Musculatura


          Os artrópodes possuem uma musculatura do tipo estriada, que está fixada na parte interna do exoesqueleto. Os músculos e a cutícula trabalham em conjunto para produzir os movimentos, formando um sistema de alavancas.

       O sistema muscular dos artrópodes é muito parecido com o dos vertebrados, diferindo na posição de fixação dos músculos, que nos artrópodes são fixos na parede interna do exoesqueleto, enquanto nos vertebrados são fixos na parte externa do endoesqueleto. E os músculos dos artrópodes possuem bem menos fibras e menos inervações neuronais.



 


IV - Respiração 

                           

     A respiração ocorre através da superfície do corpo, de brânquias, de traqueias ou de pulmões laminares.

     A maioria dos artrópodes terrestres tem um sistema de traqueias altamente eficiente, que entrega o oxigênio diretamente aos tecidos, permitindo uma elevada taxa metabólica. Este sistema limita igualmente o tamanho destes seres vivos.

     Os artrópodes aquáticos respiram principalmente por um sistema de brânquias, igualmente eficiente.





  


V - Reprodução

 

       Os artrópodes são animais dioicos, ou seja, possuem sexo separado. Nos animais terrestres a fecundação se dá internamente, já nas aquáticas, na maioria das vezes, ocorre externamente. Em vários deles há a presença de diversos estágios larvais. Ao chegar ao estágio adulto, também conhecido como imago, se dá após uma ou várias metamorfoses.

Nas imagos, encontram-se todos os órgãos que caracterizam um adulto da espécie. A designação imago não significa, necessariamente, adulto sexualmente ativo, mas sim uma forma onde as estruturas sexuais já estão formadas, mesmo que imaturas e afuncionais.



VI - Circulação 


     O coração dos artrópodes ocupa posição dorsal e é primitivamente tubular. A circulação é do tipo aberta. O coração varia em tamanho e posição nos diferentes grupos, mas em todos ele possui uma ou mais câmaras com aberturas laterais denominadas óstios. Do coração, o sangue é bombeado para os tecidos por meio de artérias e caem na hemocele, que banha os tecidos e depois volta por vários caminhos para o coração. Possuem hemocianina e hemoglobina como pigmentos respiratórios.





                                       

                  




VII - Sistema nervoso e órgãos sensoriais

       

      Os artrópodes possuem um alto grau de cefalização. Olhos, antenas e padrões complexos de comportamento exigiram destes animais um cérebro maior e mais desenvolvido. Os quelicerados não possuem antenas. O exoesqueleto de quitina forma uma barreira às terminações nervosas, então estes animais desenvolveram estruturas que driblaram esta barreira, como cerdas, pêlos e canais ou aberturas no exoesqueleto.

        A maioria possui olhos, que variam em complexidade de acordo com a espécie. Enquanto uns são pequenos com alguns fotorreceptores, outros são grandes e formam imagens. Os insetos e vários crustáceos possuem olhos compostos, formados por omatídeos, unidades cilíndricas que recebem luz. A imagem final depende do número de omatídeos estimulados. Estes animais formam uma imagem em mosaico, pois as imagens formadas são como peças colocadas junto às outras. Esses olhos compostos são uma grande vantagem para detectar movimento, possuem um amplo campo visual, visto que a córnea destes animais é bem convexa. A córnea de um crustáceo possui um arco de 180o graus ou mais.


 

VIII - Digestão


      Os intestinos anteriores e posteriores são formados a partir da ectoderme e são colocados por cutícula. O intestino médio é formado pela endoderme. O intestino anterior é responsável pela ingestão, trituração e armazenamento de alimento. O médio é responsável pela produção de enzimas, digestão e absorção. E o posterior é responsável pela formação de fezes.  



              

                 

                             Principais Classes

                            dos 

                           Artrópodes





1. Insetos



          Os insetos existem em todas as regiões do mundo e formam o grupo com o maior número de espécies de animais conhecidos. Vivem principalmente em ambientes terrestres, mas algumas espécies são aquáticas.

            O corpo dos insetos é coberto por um exoesqueleto de quitina e possui três partes bem definidas: cabeça, tórax e abdome.

            Todos tem um par de antenas e três pares de pernas. A maioria possui asas. A cabeça dos insetos apresenta um par de antenas e um par de olhos compostos. Esses órgãos, formam imagens; com eles os insetos enxergam, percebendo qualquer variação de movimento ao seu redor; olhos simples (ocelos). Estes não formam imagens, mas permitem distinguir o claro do escuro. 

        Alguns insetos não possuem ocelos; aparelho bucal. Associado à boca destes invertebrados existe um conjunto de peças, chamado, aparelho bucal. Sua forma varia de acordo com os hábitos alimentares de cada tipo de inseto. Os aparelhos bucais podem ser classificados em cinco tipos, segundo sua função. São os seguintes:

  • sugador => no caso da mosca e da borboleta;

  • picador-sugador => no caso dos mosquitos e dos   piolhos;

  • mastigador ou triturador => no caso do gafanhoto, do   grilo, da barata e dos besouros;

  • pungitivo => o caso das cigarras; e

  • lambedor-sugador => no caso das abelhas.

        

          Morfologicamente, os aparelhos bucais com mesma função podem ser diferentes, como, pro exemplo, o da mosca e o da borboleta.

         O tórax dos insetos apresenta:um ou dois pares de asas;três pares de pernas. Alguns insetos, como os gafanhotos, possuem pernas traseiras maiores do que as dianteiras.        

            Na extremidade do abdome localiza-se o ânus. Em cada segmento, na região ventral, existem os espiráculos, que são pequenas aberturas dos órgãos respiratórios. Na extremidade do abdome estão localizadas estruturas relacionadas com a reprodução: o pênis, que é o órgão copulador nos machos, e o ovipositor, que permite a postura de ovos, nas fêmeas.

           Alguns insetos depositam seus ovos no solo, dentro de frutas ou no corpo de outros animais.

          Depois de saírem dos ovos, os insetos podem se desenvolver de várias maneiras.

            Alguns, como a traça-dos-livros, já saem dos ovos com a forma do animal adulto, só que de tamanho menor. Durante o crescimento, passam por diversas mudas.

            Outros, como as moscas, sofrem metamorfose, que tem várias etapas: do ovo sai uma larva com o aspecto de um pequeno verme; a seguir essa larva transforma-se em pupa, um estágio larval mais "avançado", em que o animal fica imóvel e encerrado em um casulo. Após grandes transformações, o corpo do inseto adulto vai se formando dentro do casulo; quando está completo, ele sai do seu interior.

           


            A borboleta também sofre metamorfose completa. Do seu ovo sai uma larva, que conhecemos como lagarta. A lagarta se transforma em pupa, que é envolvida por um casulo. Com o tempo a pupa se desenvolve; quando a borboleta já está formada, ela rompe o casulo e sai, podendo depois voar.

            O barbeiro, o gafanhoto e a barata sofrem metamorfose incompleta, isto é, não passam por todas as etapas da metamorfose completa.

        Do ovo sai a ninfa, um inseto jovem já com forma semelhante à do inseto adulto, embora ainda pequeno e sem asas. A ninfa passa por diversas mudas até tomar o aspecto definitivo.

            A maioria dos insetos vive solitariamente. É o caso da mosca, do besouro, da barata, da libélula, etc. Entretanto as abelhas, as formigas e os cupins vivem em sociedade, onde se observa uma divisão do trabalho: existem grupos diferentes de indivíduos em que cada um tem uma determinada função. Veja o que acontece, por exemplo, em uma colméia de abelhas melíferas:

  • A rainha tem a função de pôr os ovos, de onde nascem novas abelhas;

  • O macho (zangão) tem a função de fecundar a rainha - logo depois, morre;

  • As operárias vão para o campo retirar o pólen da flor para a fabricação do mel, além de realizar outras tarefas na colméia, como alimentar as larvas e a rainha.

           Os insetos são transmissores de muitas doenças. Por exemplo: o mosquito Aedes aegypti transmite a dengue; o anófele, a malária; o mosquito Culex, a filariose; o barbeiro, a doença de Chagas; e a pulga, a peste bubônica.

   

2. Crustáceos


           Existe um número muito grande de crustáceos. A maioria deles é marinha. Mas há também os de água doce, os de água salobra e os terrestres.

         A variedade se estende de microcrustáceos, que fazem parte do plâncton marinho e de água doce, até caranguejos. Inclui-se nessa variedade o caranguejo-aranha (gênero Macrocheira), que pode atingir até três metros de comprimento.

             


        Crustáceos mais comuns são os seguintes: lagosta, camarão, siri e caranguejo.Outro exemplo são as cracas. Comuns no litoral brasileiro, esses crustáceos marinhos produzem uma concha fixa à rocha, de onde saem os apêndices que capturam partículas de alimento. Na maré baixa, as cracas podem permanecer horas fechadas em suas conchas. Segue, como exemplo, o estudo do corpo de uma lagosta:o corpo da lagosta é revestido por um exoesqueleto de quitina e calcário e divide-se em duas partes: cefalotórax (conjunto de cabeça e tórax) e abdome.

            No cefalotórax encontram-se os olhos, as antenas, a boca, as "pinças" e as pernas. As antenas tem função tátil; as "pinças" são órgãos de ataque e defesa.

            No abdome encontram-se o ânus e cinco pares de apêndices natatórios, que também podem desempenhar várias outras funções. O penúltimo segmento do abdome é ladeado pelo último par de apêndices, chamados urópodes, que servem como nadadeiras e proteção dos ovos nas fêmeas. O último segmento do abdome denomina-se telso e não possui apêndices.

            Embaixo do exoesqueleto, a lagosta possui um sistema muscular que possibilita ao animal movimentar-se em todas as direções. É capaz também de realizar movimentos bastante rápidos. Para realizá-los, a lagosta emprega o telso e os urópodes.

            A lagosta, assim como os demais crustáceos aquáticos, respira através de brânquias, que são órgãos formados por um conjunto de filamentos bem delicados. Por meio das brânquias, o animal realiza trocas gasosas entre a água ambiental, que banha esses filamentos, e os vasos sanguíneos presentes no interior deles.

            


          Podemos estabelecer algumas diferenças entre os insetos e os crustáceos. Algumas delas são: os insetos são principalmente terrestres; tem o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome; possuem três pares de pernas, um par de antenas e respiram por traquéias. Os crustáceos são principalmente aquáticos; tem o corpo dividido em cefalotórax e abdome; possuem cinco ou mais pares de pernas, dois pares de antenas e a maioria respira por brânquias.


3. Aracnídeos 

 


        Os aracnídeos são animais terrestres amplamente distribuídos. A palavra "aracnídeos" vem do grego arachne (= aranha). A classe está dividida em 10 ordens sendo cinco mais conhecidas: Scorpiones (escorpiões), Pseudoscorpiones (pseudo-escorpiões), Araneae ou Araneida (aranhas), Opiliones (opiliões) e Acarina ou Acari (segundo alguns autores este grupo inclui sete ordens de ácaros e carrapatos).

  • Scorpiones – corpo alongado, com os segmentos anteriores mais longos que os posteriores, cuja extremidade termina em um aguilhão curvo para inoculação de veneno.

  • Araneida – prosoma separado nitidamente do opistossoma por uma constrição.

  • Acari – corpo fundido, achatado dorsoventralmente; inclui os carrapatos, ácaros da sarna e micuins.




            É a segunda maior classe de artrópodes. Existem espécies terrestres e aquáticas. Exemplos de aracnídeos são as aranhas, escorpiões, carrapatos e ácaros. O corpo da maioria dos aracnídeos encontra-se dividido em cefalotórax e abdome. No entanto, em algumas ordens ou espécies há a divisão ou fusão dessas partes.

           No cefalotórax existem quatro pares de apêndices locomotores, um par de quelíceras e um par de palpos ou pedipalpos. As quelíceras podem ser utilizadas para injetar veneno nas presas, como ocorre nas aranhas, ou para esmagá-las, como é o caso dos escorpiões. Os palpos são utilizados para apreensão e manipulação das presas. Os aracnídeos não possuem antenas. As aranhas possuem glândulas de veneno no interior de suas quelíceras. O veneno inoculado contém enzimas que imobilizam e iniciam a digestão das presas.

             O abdome dos escorpiões é dividido em duas regiões: uma mais anterior, chamada de pré-abdome (ou mesossoma), e outra mais posterior, o pós-abdome (ou metassoma). Na extremidade do pós-abdome há uma estrutura chama télson, que abriga as glândulas de veneno.

               São dióicos, com fecundação interna e desenvolvimento direto nas aranhas e escorpiões, e indireto nos carrapatos. O orifício genital está localizado no lado ventral do segundo segmento abdominal. Pode ocorrer transmissão indireta de espermatozóides, via espermatóforo. Frequentemente há corte antes do acasalamento. A fêmea especialmente responde a estímulos químicos, táteis ou visuais.

           O coração está no abdome, de onde sai a aorta anterior que irriga o prossomo, e a aorta posterior que dirige-se à metade posterior do abdome. Pequenas artérias lançam o sangue nos espaços tissulares e num grande seio venal que banha os pulmões foliáceos. Um ou mais canais venosos levam o sangue do seio venal ou dos pulmões até o coração.


    

4. Diplópodes


           O nome da classe vem do grego diploos, duplo; e podos, pés, e faz referência à presença de um par de apêndices locomotores por segmento do abdome. Cada um dos anéis deste animal leva dois pares de pés, exceto os quatro segmentos iniciais. O primeiro segmento não tem pés e os outros três, apenas um par. 

 

   
           Como um piolho-de-cobra pode ter até 100 anéis, o número de pés pode chegar a 400. Diferentemente dos quilópodes os diplópodes não têm nenhum ferrão, não possuem glândulas de veneno. Apenas têm glândulas que produzem um substância eliminada através de furinhos mínimos (orifícios). Substância que se evapora bem rápido causando um cheiro desagradável, que serve apenas para espantar inimigos. O piolho-de-cobra (cerca de 7.500 espécies) quando tocado se enrola todo, esta outra forma de defesa. A cada segmento saem dois pares de patas articuladas, um par de cada lado do segmento.

        Representados pelos embuás (piolho-de-cobra) estes animais são muito parecidos com os quilópodes. Possuem o corpo segmentado, dividido em cabeça, tórax e abdome. Tanto quilópodes quanto os diplópodes possuem olhos simples, não olhos compostos.

              Sua reprodução é sexuada, e sua fecundação é interna. Os ovos minúsculos, depositados em grande quantidade em pequenas gretas dão origem a larvas de cerca de 2 mm. Essas larvas têm 6 pés e vão adquirindo os outros nas metamorfoses que sofrem. Todos os tipos de diplópodes são ovíparos.

           São herbívoros e vivem embaixo de pedras e folhas mortas ou dentro de troncos de árvores apodrecidos. Assim como os quilópodes, eles procuram sombra e umidade.


5. Quilópodes


 



       O nome da classe vem do grego chilioi, mil; e podos, pés.Esse grupo é representado pela lacraia e pela centopéia. São animais de corpo longo, achatado e segmentado, isto é, formado por segmentos, cujo número é variado. Na cabeça, que se destaca do corpo, possuem um par de antenas sensoriais, que servem para perceber o que vem pela frente ou pelos lados, e em cada segmento do corpo, um par de patas articuladas. No primeiro segmento do corpo, após a cabeça, têm um par de ferrões que na verdade são patas modificadas, e servem para injetar o veneno no inimigo, que para o ser humano não é mortal, mas sim muito doloroso. Também possuem dois pares de maxilas, que servem para ajudar na manipulação do alimento, são as forcípulas.

         Os quilópodes são terrestres e de hábitos noturnos. Vivem na sombra, em regiões quentes e em locais bastante úmidos. Carnívoros e predadores. Eles possuem veneno, que é inóculo no inimigo ou na presa.

     O que diferencia estes animais dos diplópodes são principalmente o número de patas por segmento. Além de um ser carnívoro e o outro herbívoro.

        Nos quilópodes sai uma pata de cada lado dos segmentos do corpo, que dependendo da espécie variam de 15 a 173 segmentos. A respiração desses animais é traqueal, ou seja, pelas traquéias. E se alimentam de insetos, minhocas etc.

       Estes animais têm uma reprodução sexuada, ou seja, os espermatozóides do macho fertilizam os óvulos da fêmea. Sua fecundação é interna. Existem espécies ovíparas (que botam ovo) e outras espécies vivíparas (que os filhotes se desenvolvem dentro da mãe).